terça-feira, 15 de setembro de 2020

O fecaloide absolutista

 

 

Era uma vez, um antipresidente que se achava rei. Era insidioso, histriônico e inepto para o cargo que exercia. Fanfarrão, porém covarde, vivia cercado por uma claque de asseclas aloprados, apoiadores incondicionais de qualquer abjeção produzida por ele; uma corte fiel de idólatras agressivos. O sujeito era um golem moldado do barro excretado pelo deus Mamon, emergido do rebosteio político que havia tomado conta de seu país.

A vil criatura galgou ao poder surfando uma série de ondas de oportunismo e proselitismo demagógico, fomentado em pactos com diversas entidades sociais de viés reacionário. Foi dizendo coisas que cada grupelho desses queria ouvir, em ressonância aos seus rancores mais profundos, com promessas de ordem, moral e liberalismo patronal.

Captou o apoio dos neovendilhões do templo, dos milicos e suas miliquetes, da plutocracia rupestre empresarial do país, do ogronegócio, e de grande parte de uma classe medíocre, encantada com seus rompantes ufanistas de moralismo e patriotismo. Com isso, aliado ainda às ações de suas legiões de trolls virtuais e reais, disseminadores de mentiras e detratores de oposicionistas, ele enfim conseguiu chegar ao poder. Passando a impulsionar o país para frente; em direção ao precipício.

Megalômano; politizou a saúde durante uma severa pandemia em nome de sua própria personalidade. Atiçou sua corja contra a racionalidade e a favor de suas narrativas imaginadas. Investiu contra a institucionalidade com bravatas torpes e só amansou quando viu gente sua sendo presa por corrupção. Ele era uma fraude completa; atuando de modo diametral ao lema estampado na bandeira de seu país, instigando desordens e retrocessos.

Enquanto isso, a esmaecida efígie da Mariana bruxuleia no horizonte, aturdida. Ou não.

Fim.

Nenhum comentário: