quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem Nome e batizado

Sem Nome está sendo publicado, galera... No jornal Metrópole de São Vicente... Dá uma esmolinha aí pra ele comprar cachaça...

Esse é um dos meus personagens que eu mais gosto... Surgiu como coadjuvante das próprias tiras que protagoniza... Digo isso porque nunca havia parado pra pensar nele como personagem mesmo... Surgiu espontaneamente num momento que eu havia decidido fazer uma série de tiras, inspirado numas cenas que eu tinha observado e que envolviam mendigos, ops!... moradores de rua... (melhor tomar cuidado com os termos que uso aqui, pra não ter problema com a censura do politicamente correto, né? Senão, posso acabar sendo vítima de alguma tortura jurídica). Então, pretendia fazer umas tiras avulsas, independente do personagem em si, mas acabei repetindo o desenho da figura do mendig... hã... morador de rua nas tirinhas, e daí resolvi deixar. Virou personagem.
O nome dele é Sem Nome porque, conceitualmente falando, eu não queria colocar nome nele... Seria um indivíduo sem identidade, pária... uma “coisa” que perambula por aí e a gente nem se dá conta... É chamado de várias maneiras mas nunca pelo seu nome verdadeiro. Com isso, optei por deixa-lo sem nome mesmo e em cada tira, denomina-lo de uma maneira qualquer. É verdade que ele tem nome sim, e de vez em quando até se inculca com isso... Mas faz tanto tempo que ele não escuta, que até esqueceu.
Ele não gosta que sintam pena dele, pois ele não tem pena de si. Sabe que cada um é responsável por sua queda, e ao se aproximar demais do sol, a subida perdeu o sentido. Daí virou um caruncho na feijoada... Pois é dessa maneira que ele explica sua situação... seja lá o que isso queira dizer.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A carranca do Velho Chico!

Aê gente, charge selecionada no salão de humor de Paraguaçu Paulista... Transposição do Rio São Francisco... Projeto antigo que remonta a Dom Pedro II que não tocou o bagulho adiante por limitações da engenharia na época, mas que voltou à pauta mais adiante com Getúlio Vargas e mais tarde com FHC... Em nível de informação, o projeto consiste na criação de dois canais, o leste com 210 km e que beneficiaria regiões do estado de Pernambuco e Paraíba e o norte com 402 km e que beneficiaria Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

Um dos problemas que geram polêmica sobre o tema reside no fato de grande parte do projeto passar em áreas de grandes fazendas, o que beneficiaria, sobretudo, os grandes latifundiários senhores de engenho (hã... ainda existe engenhos, né?), o que é bem provável mesmo, se nós levarmos em conta a velha tradição cultural brasileira de favorecer os poucos que possuem muito. Além disso, pessoas que viverem a quilômetros dos canais não serão beneficiadas com a água, o que consiste em grande parte da população do semi-árido. Outro problema também levantado por quem é contra, é o vasto impacto ambiental que uma obra desse porte certamente acarretará, e ainda nem sequer existe algum estudo completo e isento sobre o assunto, o que é inadmissível numa questão dessa complexidade. Ainda mais considerando as transformações climáticas que vêem ocorrendo mundo afora.

Em novembro do ano passado a ASA, Articulação do Semi-Árido, formada por 750 organizações firmou posição contra a transposição do Rio São Francisco, por acreditarem que essa não seja a solução para sede na região, além de reafirmar a concentração hídrica e a exclusão social. No entanto, há outros especialistas que são favoráveis à transposição. O problema estaria, portanto, na ingerência na distribuição dos recursos hídricos e não na transposição em si.

O fato é que essa é uma discussão complexa que divide o país, a igreja, os políticos, os intelectuais, os artistas, os agricultores, empresários, cientistas... Todos os setores encontram-se divididos... É um “divisor de águas”, como bem coloca o geógrafo Pedro Vianna numa entrevista bem bacana que está “lincada” aí abaixo, e que ajuda entender um pouco melhor essa questão.

http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6457

Não sei se perceberam, mas essa charge não é nem prol nem contra a transposição, ou assim eu entendo, poderia tanto ser uma coisa ou outra... Essa é uma questão que às vezes me proponho fazer, outra, é fazer uma charge com um prazo de validade bem estendido... Essa charge daqui a dois anos, provavelmente, ainda fará sentido. No entanto, ela reflete meu ponto de vista no momento... Não sou especialista em água, nem em rio e muito menos em São Francisco. Só sei que cachaça não é água, e que há santo que gosta de cachaça (não esse, claro). Além disso, sei que existe uma série de variantes no tabuleiro desse jogo que eu desconheço, então, apenas me limito a torcer para que haja bom senso nas discussões e decisões dos nossos dirigentes, e o que for decidido seja o melhor para o Brasil (HÁ-HÁ... piada...).

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Peixada!!

E no sábado, dia 27 aconteceu a Peixada dos Cartunistas da Baixada Santista. Evento idealizado por Alex Ponciano e organizado – cof-cof! – por nós, Amigos da Gibiteca. Apesar dos transtornos, da falta de tempo e planejamento, e da comunicação debilitada entre o grupo, pode-se dizer que o evento foi um sucesso. Compareceu grande número de cartunistas, tinha peixe a vontade, bate-papo e essas coisas... Ainda teve um zine sobre a gibiteca e um mural (maiores informações na página do Alex Ponciano aí do lado) onde cada um dos convidados deixou seu recado em prol da gibiteca de Santos, que por sinal encontra-se desmazelada, coitada... a espera da reforma prometida pela prefeitura. Quero aproveitar e ressaltar que os esforços da galera no intuito de valorizar a gibiteca não se limitam apenas à reforma do prédio, e o espaço de leitura, mas sim, em revitalizar todo o aspecto cultural que ela proporciona, tornando-a um dos principais pontos de encontro entre artistas, quadrinistas, leitores e afins, além de servir também como vitrine para os trabalhos dos novos (ou velhos) artistas da região. Isso, por sua vez, enriqueceria ainda mais a cultura da cidade.
Criei essa marca para o Amigos da Gibiteca, baseado numa idéia do Alex Ponciano

E na Peixada também houve o lançamento do fanzine A Caverna do Urso, do artista Paulo Urso, baiano nascido em São Paulo que sempre vem prestigiar os eventos aqui da gibiteca. O zine mostra um pouco do trabalho de Paulo, suas tiras, cartuns e quadrinhos, além de apresentar alguns convidados (eu inclusive, por isso o jabá! eheh...)

E o Dodô disse que não vai comentar mais no meu blog por que eu não ando comentando no dele... – Ô Dodô!! Comenta aí!! É que nunca mais fiquei vadiando na internet... Só entro pra olhar e-mail e orkut!!! Não faço por mal não, viu?!! Eu vou comentar! – Putz, fisiologismo entre artistas, é mole?!

E o Brasil vai sediar a Copa do Mundo em 2014... O país-FOME de bola será o país-sede da copa... E para não falar que este post ficou sem charge, mandei uma boba com um trocadilho infame (para não dizer ridículo)... À lá Macaco Simão... Ou como diria Zeca Bronha, o atrapalhado, “trocadalho do carilho”...